Por Nicholas Badalar: http://well.blogs.nytimes.com/2016/08/24/obesity-linked-to-at-least-13-types-of-cancer/?_r=0
Uma revisão de mais de mil estudos encontrou evidências sólidas de que sobrepeso ou obesidade aumenta o risco de pelo menos 13 tipos de câncer. O estudo foi conduzido por um grupo de trabalho da Agência Internacional para Pesquisas sobre o Câncer, órgão da Organização Mundial de Saúde.
Fortes evidências já mostravam conexão entre cinco tipos de câncer ao excesso de peso ou obesos: adenocarcinoma do esôfago, colorretal, mama em mulheres pós-menopáusicas, e câncer uterinos e renais.
Esta nova avaliação, publicado no The New England Journal of Medicine, liga mais oito tipos de câncer ao excesso de gordura: cárdia, parte do estômago mais próximo ao esôfago, fígado, vesícula biliar, pâncreas, tireóide, ovário, meningioma, tumores benignos cerebral e mieloma múltiplo, um câncer no sangue.
De acordo com o presidente do grupo de trabalho, o Dr. Graham Colditz, professor de medicina e cirurgia na Universidade de Washington em St. Louis, estes 13 tipos de câncer juntos, respondem por 42 por cento de todos os novos diagnósticos de câncer.
Apenas o hábito de fumar alcança fator ambiental equivalente de risco de câncer, disse o Dr. Colditz. “E isso é uma mensagem importante para os não-fumantes. Obesidade agora vai para o topo da lista de fator a focar”.
A obesidade está associada a alterações metabólicas e hormonais significativas, com inflamação crônica, fatores que podem ajudar a explicar a sua ligação com o câncer.
Elizabeth A. Platz, professora de epidemiologia da Johns Hopkins Bloomberg School of Public Health e pesquisadora de câncer amplamente conhecida e que não estava envolvida no relatório, disse que este era um grupo de trabalho de alto calibre de respeitados epidemiologistas e pesquisadores de laboratório, e que as mulheres, em particular, devem tomar nota dos resultados.
A associação mais forte que eles encontraram, disse ela, é com câncer uterino. E câncer de mama pós-menopausa também está ligado à obesidade, câncer de receptor positivo de estrogênio, especialmente. Estas são mensagens importantes que as mulheres precisam ouvir.
A maioria dos estudos que os pesquisadores analisaram foram observacionais, portanto, não se pôde provar causa e efeito, embora os investigadores consideraram prova suficiente se uma associação não poderia ser explicada por acaso, viés ou outros fatores. E as comparações de risco foram feitas com as de um adulto de peso normal, com índice de massa corporal de 18,5 para 24,9.
Para alguns tipos de câncer, o grupo descobriu que quanto maior o peso da pessoa, maior o risco. No câncer endometrial, por exemplo, em comparação com uma mulher de peso normal, com um IMC de 25 a 29,9 apresentava risco relativo de 50 por cento mais elevado. Mas seu risco mais do que duplicou nos IMCs entre 30 e 34,9 e mais do que quadruplicou nos IMCs entre 35 e 39,9. Uma mulher com IMC de 40 ou maior tinha sete vezes mais risco de câncer do endométrio comparado com uma mulher de peso normal.
O grupo encontrou evidências limitadas apenas entre obesidade e três tipos adicionais de câncer: mama masculina, próstata e linfoma difuso de grandes células- B, a forma mais comum de linfoma não-Hodgkin.
Eles não encontraram nenhuma evidência adequada entre obesidade e câncer de células escamosas de esôfago, gástrico não cárdico, do trato biliar, do pulmão, melanoma cutâneo, testicular, do trato urinário, glioma do cérebro ou da medula espinhal.
Será que a perda de peso reduz o risco? Embora estudos com animais sugerem que ela favorece, Dr. Colditz disse: “é difícil de estudar em seres humanos, porque temos poucas pessoas que perdem peso e mantém. Mas a prioridade de evitar o ganho de peso é a primeira coisa que precisamos resolver “.